A lua era doce
Eufoníade queria voar
Pois doce foi o vôo
Quando o eufônio fizestes soprar
O vídeo abaixo foi feito em 2011, durante o desfile de St. Patrick's Day, tradição festivo-religiosa irlandesa celebrada pelos imigrantes e adeptos nos EUA, e outros países de língua inglesa. Tudo fica verde por um dia na cidade, inclusive a cerveja. Os dois anos de vivência na histórica Pennsylvania foram de imenso proveito. Um dos privilégios foi poder conviver e trabalhar com os amigos do River Bottom Quartet, na época, o naipe de eufônios e barítonos da River City Brass Band, a única brass band profissional do país, dirigida pelo lendário tubista e regente escocês James Gourlay, por quem disponho tamanha admiração. O quarteto era estelar: Brian Meixner, Koichiro Suzuki, Matthew Murchinson e Ross Cohen. Por vezes eles alternavam os eufônios com os dois barítonos do naipe típico da Brass Band britânica, adorava o som deles. O que impressionou no grupo foram as ações de atuação, bem atípicas para um grupo de eufonistas. Pittsburgh e região era certamente privilegiada por um belíssimo e diverso quarteto, atuante desde concertos em escolas locais até recitais em eventos como a Conferência Internacional de Eufônios e Tubas (ITEC). O repertório era original, e incluía arranjos e composições dos próprios integrantes. Eu os ouvi em eventos desde o St. Patrick's Day até a celebração da Oktoberfest. Enfim, são um belíssimo exemplo de o quão longe podemos voar artisticamente com nossos eufônios.
Sim, eles são eufonistas profissionais, cada um com seu caminho, alguns dançam tango, outros são multi-instrumentistas e compositores ou professores, e amigos. Nada fácil a vida de eufonista, entretanto é um instrumento tão querido que haverá sempre espaço por todos os cantos. Mas a lua está ali, esperando por uma nova Eufoníade (não efeméride) que deseje encontrá-la e levar seu eufônio até à lua e às estrelas.
No mais, o vídeo fala por si só. Saudades dos tempos de aglomeração:
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